25/10/2007
Secretário apresenta documentos que desmentem Artur e denuncia uso da Assembléia em trama

     Emocionado e tendo ido às lágrimas várias vezes, o vice-prefeito de Campina Grande, José Luiz Júnior, concedeu entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira, 24, na sede da Associação Campinense de Imprensa (ACI) e apresentou vários documentos em resposta às denúncias que foram feitas pela manhã pelo deputado Artur Cunha, presidente da Assembléia Legislativa da Paraíba, contra o Programa Fome Zero na construção de cisternas de placas. Zé Luiz desmentiu todas as denúncias, uma a uma, com provas, e numa delas, apresentou o funcionário da Prefeitura, Tiago Soares Santos, que denunciou falsificação da sua assinatura em um termo de declaração apresentado por Artur, além de ter dito que lhe foi oferecido um salário mensal de R$ 1.500,00, que seria pago pela Assembléia, para que ele prestasse depoimento contra o Governo Veneziano.
 
Presente à entrevista coletiva, Tiago Soares disse que a assinatura constante do Termo de Extra Judicial de Declaração como sendo dele e apresentado pelo deputado era falso. “Não sei nem onde fica esse Cartório Toscano de Brito, e minha assinatura está em outro cartório, no 8ª, aqui em Campina, na Rua Marquês do Herval”, disse o jovem, que trabalha no Banco de Alimentos da Prefeitura campinense.
 
Thiago lamentou a falsidade ideológica e confirmou que foi procurado algumas vezes pelo senhor Luciano Arruda (nome que surge nas denúncias apresentadas pelo deputado artur) , que teria lhe oferecido um salário de R$ 1.500,00, que seria pago pela Assembléia Legislativa para que ele depusesse contra a Prefeitura. O salário de R$ 1.500,00 da Assembléia e o depoimento contra Veneziano seriam as condições para que Luciano quitasse uma dívida pessoal que mantinha com Tiago há algum tempo, algo em torno de R$ 10 mil.
 
Tiago disse que não aceitou a proposta apresentada por Luciano Arruda e tratou de contar o caso ao vice-prefeito José Luiz, que ficou sabendo que, na verdade, uma trama estava sendo montada pelo grupo Cunha Lima para desestabilizar o Governo Veneziano.
 
O funcionário do Banco de Alimentos desmentiu as informações constantes no Termo, entre as quais que sua esposa seria funcionária do ‘Fome Zero’, quando ela trabalha no comércio há 18 anos, além das inverdades quanto aos seus documentos pessoais e ao seu endereço e o fato da assinatura não ser dele.   
 
AS DENÚNCIAS – Tendo à mesa o vice-prefeito José Luiz Junior; os vereadores Marcos Marinho, Pimentel Filho, Peron Japiassu, Olimpio Oliveira, Fernando Carvalho, Ivan Batista, Walter Brito Neto, o Procurador do Município, Fábio Thoma, a entrevista foi iniciada na verdade com uma explanação do Secretário de Assuntos Políticos da Prefeitura, Alex Azevedo.
 
Alex desmentiu com provas as denúncias feitas pelo deputado; a primeira dava conta que uma das empresas participantes de um Pregão Presencial para construção de cisternas não possuía habilitação legal, mas o contrato social da empresa foi apresentado pelo secretário; já a segunda denúncia, de que Luciano Arruda era funcionário da Prefeitura, por isso não poderia participar do processo, só que sua Carteira Profissional foi assinada por Zé Luiz em 05.05.2007 e a licitação ocorreu em 2005, “portanto, não há crime nenhum nesse aspecto”, disse o vice-prefeito.
 
Uma outra denúncia do deputado dava conta que havia cartas marcadas na licitação das cisternas, “quando três empresas concorreram – Ferraz Alencar, Cavalcante Júnior e Luciano Arruda, e as três foram habilitadas porque apresentaram menor preço. Como pode haver irregularidade se as três foram habilitadas?”, indagou o secretário.
 
O deputado denunciou ainda que o vice-prefeito mantinha funcionários da Prefeitura trabalhando na loja da sua esposa, mas foi apresentado o livro de registro de funcionários da empresa, que mantém apenas duas pessoas com carteira assinada – Maria de Lourdes Santos, atendente e Israel Sousa Ferreira, vigilante da loja.
 
Por fim, o secretário desafiou o deputado para que seja feito exame grafotécnico nas assinaturas das propostas de licitação, já que houve a denúncia de que o filho de Zé Luiz, que vem a ser José Luiz Neto, teria preenchido à mão os citados documentos: “Faço esse desafio, mas que seja feito pela Polícia Federal, com acompanhamento de técnico nosso”.
 
Alex Azevedo lamentou que o deputado Cunha Lima não tenha dito que as 300 cisternas que foram construídas pelo Governo Veneziano estão servindo muito bem a milhares de famílias da zona rural de Campina Grande.
 
ZÉ LUIZ EMOCIONADO - “Não tenho bens porque não me locupleto de recursos públicos. Podem fazer pesquisa nos cartórios de Campina Grande e verificar”, desafiou o vice-prefeito José Luiz Júnior.
 
"Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado de ser ladrão. A única herança que eu vou deixar para meus filhos é a vergonha e a honra. Eu vou continuar trabalhando e incomodando", disse.
 
O prefeito Veneziano Vital está em Brasília, mas participou de programas de rádio e defendeu a postura séria e honesta de Zé Luiz, quem considera um grande amigo e responsável pelo sucesso do Programa Fome Zero. O prefeito retorna a Campina nesta noite e já nesta quinta-feira, 25, às 9h, preside solenidade no Gabinete do Prefeito, para assinatura de contrato para a construção de mais um Restaurante Popular na cidade.
 
ENCERRAMENTO – Por fim, Alex Azevedo disse que “todas as denúncias mentirosas terão que ser respondidas na Justiça, inclusive por aqueles que participaram dessa nova armação. Tenho dó do deputado Artur, uma mente doentia e que não merece a credibilidade de mais ninguém”, disse.