FONTE: CODECOM

     Uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 3, que torna obrigatório o Teste da Orelhinha em todas as maternidades do país, já era cumprida em Campina Grande. Desde novembro de 2005, na gestão do prefeito Veneziano Vital, o exame é realizado gratuitamente, com determina a lei, em todas as crianças nascidas no Isea (Instituto de Saúde Elpídio de Almeida). Somente entre os meses de janeiro e julho deste ano, foram realizados 5.073 exames, de acordo com o coordenador de Ambulatórios da maternidade, João Batista de Sousa Neto. No ano passado, foram 9.154 procedimentos.

     O Teste da Orelhinha tem o objetivo de detectar de forma precoce problemas auditivos em bebês e antecipar o tratamento nos que apresentem algum tipo de alteração. Segundo o fonoaudiólogo Marcos Suel Batista Marques, um dos quatro profissionais responsáveis pelo exame no Isea, ele é feito no máximo em 10 minutos e preferencialmente, com o bebê dormindo. “O Teste da Orelhinha não tem nenhuma contra-indicação e não exige nenhuma intervenção invasiva, como uso de agulhas, sedação ou eletrodos”, destacou o fonoaudiólogo.

     “O exame não avalia o grau da perda, mas é capaz de detectar possíveis alterações auditivas nos primeiros meses de vida, possibilitando uma intervenção precoce que propiciará à criança um desenvolvimento de fala e linguagem próximo da normalidade”, explicou o profissional. O exame é feito através de um pequeno fone de ouvido, onde são emitidos sons de fraca intensidade no canal auditivo. As células ciliadas externas da cóclea (“caracol” do ouvido) captam os estímulos auditivos e mandam de volta uma resposta para o canal auditivo.

     A resposta é amplificada e registrada e se o bebê passar no teste significa que há integridade das células, confirmando que ele está escutando bem. Caso haja alguma alteração, o teste será refeito após 15 dias e se ela persistir, o bebê será encaminhado a um médico otorrinolaringologista para exames complementares que diagnostiquem a deficiência auditiva. O Teste da Orelhinha é tão importante quanto o Teste do Pezinho, que também é realizado no Isea, e deve ser realizado em todos os bebês, incluindo os nascidos em condições normais de parto, sem antecedentes de casos de surdez na família ou fatores de risco aparentes.

     A recomendação é que o exame seja realizado na maternidade antes da alta do bebê, mas o teste pode ser feito em qualquer faixa etária. “No Isea, todas as crianças já saem com o exame feito após a alta”, informou a diretora geral da maternidade, a médica Francimar Ramos.