11/09/2009
Olimpio Oliveira solicita a criação do Museu do Cordel

Objetivando resgatar a cultura como forma viva de valorizar nossas raízes nordestinas, bem como, nossa história, o vereador Olimpio Oliveira apresentou esta semana um requerimento, solicitando ao Secretário de Educação, Esporte e Cultura a criação, professor Flavio Romero Guimarães a criação do Museu do Cordel. Leia mais...

     Objetivando resgatar a cultura como forma viva de valorizar nossas raízes nordestinas, bem como, nossa história, o vereador Olimpio Oliveira apresentou esta semana um requerimento, solicitando ao Secretário de Educação, Esporte e Cultura a criação, professor Flavio Romero Guimarães a criação do Museu do Cordel.
     A matéria que foi aprovada por unanimidade, teve o apoio incondicional das duas bancadas, tendo em vista que a abertura do Museu do Cordel representa o resgate de nossas raízes culturais mais primitivas e mais belas, pois a Literatura de Cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e do Ceará.
     Segundo Olimpio Oliveira o cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas, que por sua vez se destacam na sociedade como poeta popular, representante do povo, ou em alguns casos, como repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil. Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto e diversos fatos históricos e atuais estão documentados nessa forma de literatura.
     O vereador destacou na Tribuna da Câmara, que a Paraíba é berço de grandes cordelistas brasileiros, contando com vastíssimo acervo publicado. “Para termos uma idéia da importância da Paraíba na literatura de cordel na Galeria dos Grandes Cordelistas da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, temos a citação de 14 (catorze) paraibanos no rol de 26 poetas citados”.
     Além disso, reside em Campina o mais importante cordelista brasileiro em atividade, segundo a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, o poeta MANOEL MONTEIRO DA SILVA ou simplesmente MANOEL MONTEIRO. Seguro no ofício de escrever versos rimados e metrificados, suas narrativas são envolventes e prendem o leitor do princípio ao fim, além da influência verbal, própria dos grandes mestres. Em razão da qualidade de sua produção, a literatura de cordel está sendo indicada para a grade escolar de várias cidades brasileiras.
     “Campina reúne um dos maiores e mais importantes acervos de Literatura de Cordel do mundo. Em nossa cidade, contamos com todo o acervo dos pesquisadores Átila de Almeida (exposto na Biblioteca Central da UEPB) e José Alves Sobrinho (Que reside em Campina Grande), tendo em vista todo este acervo potencial nada mais justo que reunir todos os exemplares em um só local O Museu do Cordel” destacou Olimpio Oliveira.

Paraibanos na Galeria dos Grandes Cordelistas da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e outros dados.
1
. Apolônio Alves dos Santos - Natural de Guarabira, PB, transferiu-se para o Rio de Janeiro no ano de 1950, onde exerceu a profissão de pedreiro, até viver da sua poesia. Seu primeiro folheto foi "MARIA CARA DE PAU E O PRÍNCIPE GREGORIANO", publicado ainda em Guarabira. Faleceu em 1998, em Campina Grande, deixando aproximadamente 120 folhetos publicados;
2. Francisco das Chagas Batista - Publicou, em 1902, seu primeiro folheto, Saudades do Sertão, em Campina Grande. Por volta de 1911, estabeleceu a livraria Popular Editora, em João Pessoa, PB. "Francisco das Chagas Batista não foi cantador, mas um dos mais conhecidos poetas populares. Sua produção abundantíssima forneceu vasto material para a cantoria." - Luís da Câmara Cascudo.
3. Francisco Sales Arêda - Nasceu em Campina Grande, aos 25 de outubro de 1916. Grande poeta popular, foi cantador de viola, cordelista e vendedor de folhetos nas feiras. Cantou de 1940 a 1954, a partir de quando abandonou a viola dedicando-se exclusivamente a escrever seus folhetos e romances, entre os quais destaca-se “O homem da vaca e o poder da fortuna”, adaptado para o teatro por Ariano Suassuna.
4. João Melchíades Ferreira da Silva - Nasceu em Bananeiras - PB aos 7 de setembro de 1869 e faleceu em João Pessoa - PB, no dia 10 de dezembro de 1933. É autor do primeiro folheto sobre Antônio Conselheiro e de mais de 20 folhetos, dos quais destacamos “ROMANCES DO PAVÃO MYSTERIOZO", "COMBATE DE JOSÉ COLATINO COM CARRANCA DO PIAUÍ", "ROLDÃO NO LEÃO DE OURO", "HISTÓRIA DO VALENTE ZÉ GARCIA" e "A GUERRA DE CANUDOS".
5. João Martins de Athayde - Nasceu no dia 24 de junho de 1880, em Cachoeira da Cebola, no município de Ingá, Paraíba. Morreu em 1921, já com bela fortuna amealhada, comprou o famoso projeto editorial de Leandro Gomes de Barros, tornando-se o maior editor de literatura de cordel de todos os tempos.
6. Joaquim Batista de Sena - Nasceu no dia 21 de maio de 1912, em Fazenda Velha, do termo de Bananeiras, hoje pertencente ao município de Solânea-PB. Autodidata, adquiriu vasto conhecimento sobre cultura popular e era um defensor intransigente da poesia popular nordestina.
7. José Camelo de Melo Resende - Nasceu a 20 de abril de 1885, em Pilõezinhos, Paraíba, e faleceu em Rio Tinto, Paraíba, em 1964. Poeta fecundo, de fértil imaginação, bom de métrica, rima e oração, compôs verdadeiros clássicos da literatura de cordel.
8. José Costa Leite - Nasceu em Sapé, Paraíba, aos 27 de julho de 1927. Escreve desde os 20 anos de idade e é autor de centenas de títulos. É também um festejado xilógrafo, com técnica muito pessoal e apurada.
9. Leandro Gomes de Barros - Pioneiro na publicação de folhetos rimados, é autor de uma obra vastíssima e da mais alta qualidade, o que lhe confere, sem exageros, o título de poeta maior da Literatura de Cordel. Nascido em Pombal - PB, em 19 de novembro de 1865, faleceu no Recife-PE, em 04 de março de 1918, deixando um legado de cerca de mil folhetos escritos, embora centro cultural algum registre tal façanha.
10. Manoel Camilo dos Santos - Nasceu em Guarabira, Paraíba, no dia 9 de junho de 1905. Foi cantador na década de 30. Tendo de cantar em 1940, dedicou-se a escrever e editar folhetos. Iniciou as atividades editoriais em sua cidade natal, indo continuá-las em Campina Grande, onde reside.
11. Manoel D’Almeida Filho - Publicou em João Pessoa PB, em 1936, A Menina que Nasceu Pintada com as Unhas de Ponta e as Sobrancelhas Raspadas, seu primeiro folheto. Entre 1965 e 1995, trabalhou como selecionador de folhetos de cordel para a Luzeiro Editora, em São Paulo, o que lhe conferiu grande importância no mercado editorial do gênero.
12. José João dos Santos - Mestre Azulão - Natural de Sapé, Paraíba, onde nasceu aos 8 de janeiro de 1932. Cantador de viola e poeta de bancada, autor de mais de 100 folhetos;
13. Silvino Pirauá de Lima - Nasceu em Patos, em 1848 e faleceu em Bezerros, Pernambuco, em 1923. Cantador e poeta popular foi tido como o discípulo amado de Romano do Teixeira, o célebre cantador que travou com Inácio da Catingueira legendária peleja. Ao lado de Ugolino Nunes da Costa e Romano Caluete, seu mestre, Silvino é considerado um dos maiores da poesia popular nordestina. Juntamente com Leandro Gomes de Barros, é considerado um dos criadores da literatura de folhetos.
14. Severino de Andrade Silva – Zé da Luz - nasceu em Itabaiana, PB, em 29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965. O trabalho de Zé da Luz é conhecido pela linguagem matuta presente em seus cordéis.